Feliz 465 anos, São Paulo!

São Paulo, minha cidade

(Do livro Verso e Anverso)

Da janela

observo e admiro minha cidade

tantas vezes injuriada:

carrega o estigma de desumana

insensível “selva de pedra”

Não é verdade

sua boa índole não lhe permite

ser assim…

Foi descoberta e erigida

sob nobres sentimentos

e justas finalidades

Ela é bela mesmo quando escura

nunca fica em trevas…

Todo dia uma nova luz

nela principia a brilhar

somando-se às milhões multicores

já existentes

tornando-a mais feliz

Não é desumana

nem insensível

Abriga migrantes e imigrantes

dando-lhes as mesmas oportunidades

que dá a seus nativos

A minha cidade

ampara pobres e ricos,

bêbados e sóbrios,

néscios e sábios

Dá espaço aos progressistas

e repudia os pessimistas

É hospitaleira!

Costuma-se dizer

que quem nela não consegue viver

n’outro lugar nem sobrevive

Assim, não cabe essa pecha,

essa infelicidade

à minha tão bela, feliz e amiga cidade.